9000 Dias roubados de uma vida

9000 Dias roubados de uma vida - por Regina Rousseau


À Mandela


Nelson Mandela

Um espelho partido pelo chão esparramado

refletia seu rosto que envelhecia cada dia.

Solidão, vultos, livros e lembranças ...

Entre paredes vazias, ele se alimentava de esperanças.

Sua mente sentia que o remédio para a não perder a lucidez

estava naqueles momentos psicografando não um passado,

mas sim o futuro, que estava por vir sem talvez.


E mesmo que o deserto avançasse contra ele,

mesmo que a esperança parecesse lhe faltar,

mesmo que o dia anoitecesse em sua alma,

ele esperava pelas estrelas para andar,

guardando o caminho da luz, da fé, da certeza:

a visão de uma Nação livre como dádiva divina,

que se agitava ao sol de ouro que estava por surgir.

Do ouro feito de sua cor: a cor de sua alma.

Seus olhos rompiam manhãs tediosas,

horas terríveis passadas ao largo do tempo

sem poder ouvir os risos dos filhos, o olhar da mulher amada.

Mas em sintonia com o Eterno, ele guardava-se invicto

Naquele que é maior do que qualquer sonho proibido.

Seu olhar alcançou além daquelas grades,

a liberdade, a liberdade, a liberdade.

Agora sua vela arde até ao fim...

e amanhã, uma nova luz a encherá de azeite divinal,

para que sua lâmpada esteja sempre acesa, Mandiba!
Regina Rousseau





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