Alimentação Infantil por Mariana Prado Nutricionista

Alimentação Infantil


            
No Brasil tem sido detectado o aumento da transição alimentar, com déficits nutricionais, levando ao um alto índice de sobrepeso e obesidade em adultos, crianças e adolescentes. As causas estão fundamentalmente ligadas às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares.
Em observação verifica-se que, a obesidade é mais frequente em regiões mais desenvolvidas do País, como Sul e Sudeste. O consumo alimentar está relacionado ao sobrepeso e a obesidade, não somente quanto ao volume da ingestão alimentar, como também a composição e qualidade da dieta.

            A obesidade pode iniciar em qualquer idade, desencadeada por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios de comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do crescimento.


            Em estudos, foram demonstrados em inquérito de frequência alimentar, realizados com pais, que o consumo de frutas, hortaliças e leite nas crianças diminuíram, observando assim um alto consumo de bolachas recheadas, salgadinhos, refrigerantes, guloseimas e doces, e até mesmo a omissão do café da manhã, trazendo assim a vida desses indivíduos sérias conseqüências, como o aumento da adiposidade corporal, colesterol, entre outros.

            A nutrição infantil evidencia que o comportamento alimentar do pré-escolar é determinado em primeiro lugar pela família, a qual a criança é dependente, depois pela interação social e cultural do indivíduo. O padrão alimentar do pré-escolar é determinado por suas preferências alimentares, que surge ao primeiro contato com o alimento. A dificuldade é fazer com que a criança aceite uma alimentação variada, aumentando assim suas preferências, uma vez que muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores, fenômeno este denominado NEOFOBIA Alimentar.

            A participação efetiva dos pais como educadores nutricionais, através das interações familiares que afetam o comportamento alimentar das crianças. Em especial as estratégias que os pais utilizam na hora da refeição para ensinar as crianças sobre o que e quando comer desempenham papel preponderante no desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Não é simplesmente a repetição do consumo do alimento que desenvolve o comportamento alimentar, existem vários fatores inter-relacionados de origem interna e externa ao organismo que influenciam.

            É importante fixar que o hábito alimentar não necessariamente é sinônimo das preferências alimentares do indivíduo, ou seja, de consumir os alimentos que mais gosta, mas, no caso específico dos pré-escolares o hábito alimentar caracteriza-se pelas suas preferências alimentares.

A adequada introdução dos novos alimentos no primeiro ano de vida, com uma correta socialização alimentar a partir deste período, bem como a disponibilização de variados alimentos saudáveis em ambiente alimentar agradável, permite a criança iniciar a aquisição das preferências alimentares responsáveis pela determinação do seu padrão de consumo. Deve-se encorajar a ingestão de fibras e desestimular a de alimentos ricos em colesterol e gordura saturada, bem como o uso excessivo de sal e açúcar refinado.

            A culinária é responsável pelas combinações dos alimentos ou pelos processamentos dos mesmos, tanto em nível doméstico como industrial adaptando-os para manter suas vantagens nutricionais e para atender as necessidades biológicas e metabólicas do indivíduo.

            As escolhas alimentares, a quantidade dos alimentos, o tempo e o intervalo para comer, em fim, as regras e normas da alimentação são estabelecidas pelo grupo social, assim pode se oferecer à criança tanto uma refeição programada, ditada pelas necessidades nutritivas, como também um desenvolvimento do comportamento alimentar infantil.

            A familiaridade com os alimentos é o primeiro passo para a criança aprender sobre o gosto dos alimentos. É a aprendizagem pela exposição repetida aos alimentos que proporciona a familiaridade necessária para a criança estabelecer um padrão de aceitação alimentar. A aceitação pelo novo alimento geralmente ocorre somente após 12 a 15 apresentações, podendo ocorrer desistência dos pais neste período achando que a criança não gosta do alimento, porém é a exposição repetida que poderá contribuir na redução da neofobia alimentar.

            Nas últimas décadas, as crianças tornaram-se menos ativas, incentivadas pelos avanços tecnológicos.

            Tem-se observado um aumento da prevalência da obesidade, o qual está estritamente relacionado com mudanças no estilo de vida, outros tipos de brincadeiras, mais tempo frente a televisão e jogos de computadores. A criança e o adolescente, tendem a ficar obesos quando sedentários, e a própria obesidade poderá faze-los ainda mais sedentários, e para uma melhora neste aspecto é preciso ter boas idéias criativas, como: descer escadas do edifício onde mora, pular corda, caminhar na quadra, andar de bicicleta, além de ajudar nas lidas domésticas. O fato de mudar de atividade, já ocasiona aumento de gasto energético e, especialmente mudança de comportamento de não ficar inerte, por horas numa só atividade sedentária como se fosse um vício.

            É importante fixar que a obesidade na infância pode ser um risco para obesidade na vida adulta, mas a magreza na infância não é um fator protetor para ocorrência de obesidade na vida adulta. Quanto maior tempo o indivíduo se mantém obeso, maior é a chance das complicações orgânicas ocorrerem, assim como mais precocemente.

            A prevenção pela obesidade infantil, até hoje continua sendo o melhor caminho. Deve-se haver um esforço significativo pelos responsáveis, no sentido de direcioná-las a prevenção da obesidade já na primeira década de vida.


por Mariana Prado Barbosa Nutricionista Clínica – CRN 24 624

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